domingo, junho 09, 2013

PERFÍS DE JORNALISTAS

PERFIS DE JORNALISTAS

Plínio Dall´Agnol

“A imagem social dos jornalistas nunca foi das melhores. No início do século XIX quando a imprensa começava a ter em suas mãos poder político e o negócio de informar já era lucrativo na Europa, o jornalista e sua atividade eram encarados com desconfiança e desprezo.”(Carlos Eduardo Lins da Silva).
No passado, a literatura de Honoré de Balzac, Elias Canetti  e outros insistiram em retratar negativamente o jornalismo. Nos dias modernos “Cidadão Kane” de  Orson Welles no cinema é a personificação negativa do homem de negócios e jornalista inescrupuloso. O resgate da honorabilidade profissional jornalística acontece através das reportagens  investigativas de dois jornalistas americanos Bob Wodward e Carl Bernstein, do Washington Post . Eles desmascararam as tramas de agentes do partido republicano contra os  democratas. O “Escândalo de Watergate”, como foi chamado a trapaça, acabou por derrubar o governo republicano de Richard Nixon o qual afirmava que “não sabia de nada”! Aliás, coisas semelhantes parecem acontecer nos dias de hoje.
O conteúdo dessa crônica é inspirado no trabalho excepcional desenvolvido pelos professores e jornalistas Dr.José Marques de Mello e Carlos Eduardo Lins da Silva  da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo-ECA/USP. Eles propiciaram aos alunos de jornalismo um trabalho de conclusão baseado em entrevistas com 20 profissionais da imprensa.  Alguns com diploma de jornalista e outros não. Esses últimos reconhecendo a importância do diploma universitário. Para não estender  essa crônica selecionamos alguns nomes.
O primeiro foi Antonio Carlos Fon: Quando tentava uma vaga no vestibular para jornalismo nas  Faculdades de Santos, o Padre Quevedo afirmou: “Sinto muito, mas você nunca será um jornalista”!! O Padre estava equivocado. Antonio Carlos Fon atuando como jornalista já ganhou 3 Prêmios Vladimir Herzog, Prêmios da Editora Abril e Esso de jornalismo. Atuou nos mais destacados órgãos da imprensa brasileira (O Globo, O Dia, Diário Popular, Isto É, Veja).
Luis Nassif, outro entrevistado pelos alunos de jornalismo da ECA/USP foi enfático: “Manual de redação é um início importante para se implantar regras. Mas depois que todo mundo aprendeu a tocar por partitura, deve-se começar a tocar de ouvido, com criatividade.” Disse ainda: “Dentro do jornalismo é preciso ter o escoteiro  e também aquele  cara de atuação individual que vai atrás da notícia. Afinal, a busca da informação é basicamente individual.”
Dividindo atribuições com Wanuza L. de Souza, que o diga Geraldo Haubert, experiente repórter, com brilhante passagem por importantes órgãos da imprensa falada e escrita, agora diretor e editor de mais de mil semanas da Tribuna da Cidade!
Plínio Dall´Agnol é professor/pós-graduado em Antropologia Cultural


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