domingo, junho 26, 2022

MUSEU DA PESSOA, de KAREN WORCMAN

 A historiadora Karen Worcman é descendente de família judaica, originária da Europa e que tem se dedicado ativamente nos estudos da história das famílias e das pessoas.

Karen é a fundadora do  Museu da Pessoa, um acervo virtual que coletou mais de 20 mil depoimentos de vida de pessoas e famílias.

Em depoimento à Revista Cláudia ela disse "A vida de cada indivíduo é não só uma experiência pessoal mas também histórica, na medida que está inserida no tempo".

O Museu está localizado em São Paulo, numa pequena casa entre os bairros da Vila Madalena e Alto de Pinheiros. Desse acervo fazem parte em torno de 20 mil depoimentos de pessoas, na maioria são anônimos.

Visitantes também podem criar galerias temáticas, fazendo-se de curadores, tudo isso aberto ao público em geral.

Destacamos a realização de Karen feita no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de uma exposição sobre a imigração judaica em 1990. No ano seguinte Karen levou essa exposição para São Paulo e foi a  que ocasionou a realização do MUSEU DA PESSOA.  

quinta-feira, junho 23, 2022

CACIQUE PEQUENA: A CHEFE DA ALDEIA

Na aldeia da comunidade de etnia kanindé jenipapo, localizada em Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, o Cacique Teodorico veio a falecer, e com isso, a aldeia ficou sem chefe.

Nessas circunstâncias  a aldeia sempre foi comandada por homens, em virtude de uma tradição: Para a civilização branca era sempre assim que funcionava: Os homens guerreiam e caçam e as mulheres dos afazeres domésticos e da prole. Uma tradição machista.

 Com a morte de Teodorico em 1990, a aldeia resolveu escolher uma mulher para chefiar o grupo: PEQUENA, a primeira mulher a comandar uma aldeia indígena no Brasil.

De acordo com palavras de Pequena " Logo de cara eu não aceitei, mas a voz do povo é a voz do deus Tupã. Não poderia ficar contra ela."

Sua primeira missão foi reunir-se com as demais lideranças indígenas na Capital Mineira, Belo Horizonte e Brasília. Numa sala com 40 caciques ela foi impedida de trabalhar: "Disseram que mulher só serve para o fogão  e a cama, não tínhamos a potência do homem"! Falou Pequena.

Sem medo e com muita coragem, pediu a palavra e disse: "Vocês homens , de onde vieram? Eu sei que não foram feitos do vento e nem saíram da casca de um ovo." "Vieram de uma mulher que teve fôrça para parir vocês. A mãe de vocês aguentou 9 meses de sopapos no ventre e agora merece um xingamento desses? Sim, porque o que vocês estão dizendo é sobre todas as mulheres, não apenas sobre mim". "Se acha que só servimos para cama e fogão, estão dizendo isso sobre a mãe de vocês. Pois eu vou falar uma coisa: mulher não nasceu só para isso. Nascemos para ser alguém na vida. Se eu estou aqui éporque meu povo me escolheu."

" Na minha aldeia tem homens.Tem jovens adolescentes, crianças. Mas eles escolheram a mim. E eu mereço respeito." 

Desde bem jovem ela destacou-se na cultura indígena, pela propriedade da terra onde vive seu povo. Finalmente depois de 30 anos decidiu gravar músicas de sua composição para divulgar a todos a cultura indígena.

Em 2016 Cacique Pequena lançou "Beleza da Vida", no Centro de Artes e Cultura  Dragão do Mar, na Capital  do Ceará, a cidade de Fortaleza.

Em 2017, a Revista CLAUDIA, escolheu no Projeto 22º Prêmio, na categoria Cultura a Cacique Pequena, 72 anos, chefe da aldeia jenipapo kanindé, de Aquiraz, a 30 km de Fortaleza, Ceará.




BRASIL, SÉCULO IXI, PALCO DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

 O Imperador Dom Pedro Iº, tinha vontade de colonizar a região sul do Brasil muito pouco explorada, pelas enormes dificuldades de acesso, tanto por terra como pelo litoral.

Essa região sul, fazia fronteira com as terras da colonização espanhola o que podia ocorrer eventual invasão dos vizinhos castelhanos. O Imperador não podia incentivar colonizição na região sul de espanhóis, e nem de franceses e holandeses, pois eles já tinham invadido regiões do Brasil, declarando-se proprietários delas. Os holandeses por exemplo dominaram a região de Pernambuco por maia de 20 anos. Os portugueses não podiam ser os próximos colonos, pois o Brasil tinha se emancipado de Portugal há pouco tempo.

Como a Imperatriz Dona Leopoldina Von Habsburg era descendente de alemães, o Imperador decidiu convidar imigrantes alemães. Esses eram voltados para a vida militar, eram considerados os melhores cavaleiros e soldados ordeiros, determinados e muy valentes. 

Os alemães eram considerados os melhores guardiões de nossas fronteiras, pois participaram de uma enorme quantidade de guerras, conflitos e revoluções.

O governo do Brasil dava aos imigrantes toda espécie de vantagem sem ônus de espécie alguma: passagens gratuitas, cidadania brasileira, propriedade legal de terras  livres e desempedidas, material de trabalho e animais, liberdade de culto, isenção de impostos, suprimentos de primeiras necessidades.

O Imperador Dom Pedro I contratou o Major Anton  von Schaefer para dirigir um programa de divulgação  do Brasil na Alemanha e trazer os possíveis imigrantes.

Os primeiros imigrantes trazidos por Schaefer foram militares. Ele ganhava muito dinheiro. Todos se beneficiavam, a Alemanha se livrava do excesso de população que não conseguia manter, os imigrantes alemães no Brasil passavam a ser proprietários de colônias e oferecendo um futuro para seus familiares e seus descendentes.

Assim começou a vinda dos colonizadores alemães no Brasil.

segunda-feira, junho 20, 2022

TRABALHO INFANTIL ROUBA A INFÂNCIA

 Na cidade de Novo Hamburgo, RS, temos bons exemplos de atuação do Serviço Público, embora tenhamos que lamentar alguns raros casos de desvios da verdadeira conduta de servidores: locais, como vereador que espanca a mulher ou faz "rachadinha" de salários de funcionários ou Ministro do Supremo que viaja ao exterior em jatinho particular de empresário que é investigado pela Polícia Federal e o Ministério Público .

Felizmente, temos a satisfação de constatar que a maioria das pessoas é correta e honesta.

Mas vamos ao que nos interessa nesta crônica: o trabalho do Conselho tutelar de Novo Hamburgo, RS: Dia 12 de junho assinala o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, desde 2012 essa data marca a luta pelos direitos de crianças e adolescentes.

Circulando pela cidade tive a satisfação de conhecer Conselheiras em plena avenida Pedro Adams Filho, distribuindo folhetos e jornais tratando do tema do trabalho infantil. De acordo com essas pessoas "Para erradicar o trabalho infantil  é preciso seriedade,  compromisso de todo mundo."

Em 2012 o Brasil se comprometeu junto à Organização Mundial do Trabalho(OIT), a erradicar até o fim de 2015 as piores formas de trabalho infantil( o que até não aconteceu).

As várias atividades de trabalho infantil que devem ser eliminadas estão  nos lixões, na agricultura, no comércio informal urbano, nas lides domésticas e na produção familiar dentro de casa, na exploração comercial sexual de crianças e adolescentes e tráfico de drogas.

O Brasil ainda se propôs a eliminar até 2020 as demais formas de trabalho infantil( outro fracasso).

O PETI(Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) oferece a garantia de sobrevivência  das famílias com sua integração ao Programa Bolsa-Família. Nesse caso as famílias participam de atividades sócio-educativas e de convivência, referentes à saúde e educação, como a melhoria na frequência e no desempenho das crianças e adolescentes em cursos e escolas.

Para conhecer, ou denunciar casos de trabalho infantil, basta falar com o Conselho Tutelar ou Secretaria Municipal de Assistência Social. 

 Concluindo: o trabalho infantil não traz benefícios, ao contrário, atrapalha o desenvolvimento de crianças  e adolescentes, prejuízos à saúde, à educação, ao lazer e à convivência familiar.


 

terça-feira, junho 14, 2022

IMIGRANTES ALEMÃES EM SÃO LEOPOLDO, RS, em 1824

  Os primeiros imigrantes alemães que chegaram ao Rio Grande Sul, se estabeleceram às margens do Rio do Sinos, São Leopoldo. A casa que serviu de residência inicial era localizada na Fazenda da Real Feitoria da  Linha  Cânhamo, cujos dados dessa residência e fazenda foram registrados no período entre 1788 e 1884.

De acordo com pesquisas de Felipe Kuhn Braun e June K.C.Kruguer o proprietário da Fazenda era o diretor da colônia que mais tarde seria condecorado pelo Império com o título de Visconde de São Leopoldo.

O Visconde era um homem de caráter íntegro, ficando encarregado de preparar e administrar a região para a chegada dos alemães.Ele conhecia uma região situada em local mais alto, distante dos banhados próximos do Rio dos Sinos, ideal para instalação das primeiras famílias.

Foram levados para a região o coronel engenheiro João Bento Alves Porto e o inspetor de terras, para ser traçada a planta da futura colônia. Juntos eles edificaram uma cruz no local indicado pelo Visconde. No entanto, por desavenças entre os líderes portugueses o local definido passou a ser bem próximo do Rio, já que um dos administradores da colônia era proprietário dessas terras  e amigo pessoal do Imperador Dom Pedro I.

O português muy malandro, superfaturou o valor  dessas terras vendendo-as por preços bem acima do mercado. O Visconde ficou contrariado, pois estava preocupado com a população que ali se instalaria e já era explorada pelo proprietário português ganancioso. Ainda em 1824, um ano antes da chegada dos Schmitt, a área ficou totalmente inundada pelo Rio dos Sinos, dando lugar àquela que seria a primeira de tantas enchentes que viriam a assolar a região.

Quando aconteciam essas fortes chuvas metade da população já estava debaixo d´agua, de acordo com relatórios feitos pelo Visconde mais tarde.

A Revista MUNDO ESPORTIVO, tem dedicado especial atenção cultural, oferecendo oportunidade de publicação de textos relativos à  chegada dos primeiros imigrantes alemães à Região de São Leopoldo, cujos 200 anos serão celebrados festivamente em 2024.