domingo, outubro 15, 2017

DOIS GÊNIOS DA HUMANIDADE

DOIS  GÊNIOS  DA  HUMANIDADE


Se o Prêmio Nobel de Literatura existisse nos anos 1600, sem dúvida alguma, em determinado ano, seria dividido entre Miguel de Cervantes Saavedra e William Shakespeare.
O bardo inglês nasceu na pequena cidade de Stratfford-upon-Avon em 1564, filho de família humilde, estudou numa “grammar school", onde o latim era muito importante, porém nunca foi ao ensino superior. Em 1599 passou a ser sócio do teatro Globe. Os personagens de Shakespeare “são a legítima prole da humanidade comum”, também segundo autores “O nobre e o plebeu, o elevado e o baixo, o erudito e o popular, o trágico e o cômico mesclam-se com liberdade inaudita na obra de Shakespeare”. Todos lembram ou conhecem Romeu e Julieta, Antonio e Cleópatra, Henrique V, Macbeth, Rei Lear, As Alegres Comadres de Windsor ou Hamlet.

Para o professor James  Shapiro da Universidade de Columbia “Seu consagrado teatro foi perseguido pelos puritanos numa época em que o catolicismo era contestado pelos membros da Igreja Anglicana.Com a ascenção de James I, seu grupo passou a ter sua proteção.”
Ele é sem  dúvida alguma o maior nome da literatura e teatro Inglês.

Cervantes foi a inauguração do romance moderno. Para Miguel de Unamuno era a “Bíblia espanhola”. No seu Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro andante é um trapalhão acompanhado por seu servidor Sancho Pança.
Ferido na famosa Batalha de Lepanto ao voltar à Espanha é aprisionado por piratas e só libertado 5 anos depois, após resgate.
Ao retornar à Espanha encontra um país decadente econômica e politicamente. Casa-se e adota o sobrenome Saavedra. Divide-se entre a literatura e o emprego de coletor de impostos. Acusado de desvios é preso novamente. Lá inspira-se no Quixote. Ao ser libertado finalmente diz na sua obra: “A liberdade Sancho, é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens”.

Segundo o historiador e literato italiano Italo Calvino “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.” Para a Veja “É o que explica a perenidade de um Rei Lear ou de um Dom Quixote. É o que explica a capacidade desses dois gênios  de emocionar o leitor do terceiro milênio com textos escritos no Século XVII. A emoção da grande literatura sempre poderá comover  aqueles que se abrem para ela”.

 

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