Quando o Prefeito Alceu Mosmann organizou uma comissão para estudar a viabilidade
de uma Universidade Regional fui convidado a participar da equipe do projeto pelo
Deputado e ex-prefeito Martins Avelino Santini presidente da ASPEUR que seria a
mantenedora da Universidade. O Secretário de Educação e Cultura João Carlos Schmitz
foi designado Diretor do Projeto Universidade e colocou uma equipe da SEMEC à
disposição, elegendo meu nome como Secretário Executivo e tive então a feliz
oportunidade de conhecer os funcionários da SEMEC e o Coordenador do Serviço
Militar Tenente Tito Alvim da Silva Borges, exímio datilógrafo e redator integrando à
equipe.
Foi nessa ocasião que tive o privilégio de conhecer e conviver durante meses com
Arlindo Feiten apelidado de “Gringo”. Esse apelido inusitado era fruto provável de sua
maneira expansiva e descontraída de dirigir-se às pessoas, contrário ao vigente
costume circunspeto e reservado daqueles de origem alemã de um modo geral,
contrário aos de origem italiana.
Era Arlindo Feiten um dos melhores e mais destacado funcionário da Prefeitura
Municipal de Novo Hamburgo, ótimo datilógrafo ( atualmente seria um digitador).
Entendia com perfeição os “garranchos” dos textos redigidos à mão que chegavam até
ele para decifrar documentos e dar redação final. Não tinha vergonha nem escrúpulos
para perguntar quando havia alguma dúvida ou mal entendido.
O que mais me cativou tornando o “Gringo” meu tipo inesquecível foi que durante 45
anos, desde o início do Projeto, nas manhãs do dia de meu aniversário Arlindo Feiten
ligava para minha casa e cantava o parabéns à você. Fiquei sabendo que era um hábito
cordial dele para seus amigos íntimos, colegas e familiares. O que leva uma pessoa a
ser tão polida e cordial¿
Para Éric Mension-Rigau “A polidez mostra-se sobretudo como um meio de civilidade
cujos instrumentos são ao mesmo tempo a linguagem verbal e corporal, a polidez
confere aos gestos, ao discurso, à maneira de caminhar, propriedades distintivas que
são insígnias de classe.”
E o Professor Ernest Sarlet dizendo: “- Para ser amigo basta ter sentimento, ter
coração, saber falar, calar, mas sobre tudo saber ouvir, saber conversar de coisas
simples, poder contar a ele o que ouviu de bom, dos anseios das realizações, dos
sonhos e realidades.”
Nesse ano, após comemorarmos juntos nossos aniversários, Arlindo Feiten deixou-nos
para a vida eterna...
*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
Crônica cultural e memórias assinadas por um gaúcho, do Vale dos Sinos para o Mundo.
domingo, dezembro 11, 2016
LUTAR, MATAR e MORRER
Foi por intermédio de meu colega e amigo Domingos Rodrigues da Universidade Federal de
Pelotas que tive o inusitado prazer de tomar conhecimento de “SOLDADOS, SOBRE LUTAR,
MATAR e MORRER”, Livro da Companhia das Letras, relatando de forma objetiva as práticas
bárbaras de soldados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a maioria reveladas em
gravações secretas.
A inteligência aliada criou e desenvolveu um departamento específico integrado por espiões
e equipamentos de escuta clandestina para flagrar as conversas de soldados alemães
prisioneiros em vários locais. Eram em torno de um milhão de presos.
Sem que houvesse esse objetivo, também comprovou-se junto aos militares italianos a sua
grande revolta pela corrupção administrativa dos militares fascistas do Governo de
Mussolini, o que inclusive atingiu de forma letal o moral de suas tropas em combate.
Revelou-se a obediência cega e a decisão de não render-se ao inimigo por parte dos
soldados japoneses e o fanatismo suicida dos “kamikaze” que jogavam seus aviões sobre os
alvos inimigos tanto em terra como e principalmente no mar.
Foi comentado também o fanatismo dos americanos na Guerra do Vietnam: “O tenente
Calley, por exemplo, que foi condenado à prisão perpétua ( que logo depois foi suspensa)
por sua participação no massacre de My Lai, não hesitava um só instante em considerar
categoricamente como inimigos mesmo crianças e recém nascidos: ”Os velhos, as mulheres,
- as crianças – os nenês – todos eram vietcongues ou se tornariam vietcongues em no
máximo três anos. E dentro das mulheres vietcongues já havia milhares de
vietconguezinhos”!
O Comandante Hans Falber, do Campo de Besançon foi condenado à morte por Hitler em
virtude de não ter acatado ordens de execução de judeus e outros prisioneiros. A família de
Falber foi executada por ordem do Fürer. O Comandante de Auschwitz Rudolf Rüder
reconheceu o absurdo de extermínio de judeus considerando um grande equívoco, um
equívoco absoluto despertando o ódio de todo mundo.
Os alemães Sönke Neitzel e Harald Welzer, professores e pesquisadores renomados
apresentaram essa valiosa obra literário de extensa pesquisa que vale apena ser lida e
conhecida de todos os que se preocupam em saber dos grandes erros e dramas causados
pela ditaduras no mundo.
*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
Pelotas que tive o inusitado prazer de tomar conhecimento de “SOLDADOS, SOBRE LUTAR,
MATAR e MORRER”, Livro da Companhia das Letras, relatando de forma objetiva as práticas
bárbaras de soldados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a maioria reveladas em
gravações secretas.
A inteligência aliada criou e desenvolveu um departamento específico integrado por espiões
e equipamentos de escuta clandestina para flagrar as conversas de soldados alemães
prisioneiros em vários locais. Eram em torno de um milhão de presos.
Sem que houvesse esse objetivo, também comprovou-se junto aos militares italianos a sua
grande revolta pela corrupção administrativa dos militares fascistas do Governo de
Mussolini, o que inclusive atingiu de forma letal o moral de suas tropas em combate.
Revelou-se a obediência cega e a decisão de não render-se ao inimigo por parte dos
soldados japoneses e o fanatismo suicida dos “kamikaze” que jogavam seus aviões sobre os
alvos inimigos tanto em terra como e principalmente no mar.
Foi comentado também o fanatismo dos americanos na Guerra do Vietnam: “O tenente
Calley, por exemplo, que foi condenado à prisão perpétua ( que logo depois foi suspensa)
por sua participação no massacre de My Lai, não hesitava um só instante em considerar
categoricamente como inimigos mesmo crianças e recém nascidos: ”Os velhos, as mulheres,
- as crianças – os nenês – todos eram vietcongues ou se tornariam vietcongues em no
máximo três anos. E dentro das mulheres vietcongues já havia milhares de
vietconguezinhos”!
O Comandante Hans Falber, do Campo de Besançon foi condenado à morte por Hitler em
virtude de não ter acatado ordens de execução de judeus e outros prisioneiros. A família de
Falber foi executada por ordem do Fürer. O Comandante de Auschwitz Rudolf Rüder
reconheceu o absurdo de extermínio de judeus considerando um grande equívoco, um
equívoco absoluto despertando o ódio de todo mundo.
Os alemães Sönke Neitzel e Harald Welzer, professores e pesquisadores renomados
apresentaram essa valiosa obra literário de extensa pesquisa que vale apena ser lida e
conhecida de todos os que se preocupam em saber dos grandes erros e dramas causados
pela ditaduras no mundo.
*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
A PROFESSORA DE ALEMÃO
“Se o mundo amanhã se consumisse, eu ainda hoje plantaria a minha macieira e pagaria as
minhas dívidas.” ( Martin Luther )
Essa é a introdução do encantador livro da Professora Erica Dorotéa Sarlet, com uma dedicatória
a mim endereçado. Eu voltara de viagem à Alemanha e sentira falta de poder falar alemão,
embora boa parte da população daquele País saiba vários idiomas, principalmente no comércio e
na cultura.
Resolví então estudar alemão e para tanto fui prontamente auxiliado pelo Professor Ernest
Sarlet, meu colega na Feevale e esposo de Dona Erica. Ele a “convocou democraticamente” para
ser minha professora particular em horário especial. As aulas eram ministradas na Fundação
Evangélica no início da manhã. A professora era ótima, com vasto conhecimento da língua e
cultura alemã, morando por muitos anos em Berlim vivenciou os dias terríveis da II Guerra
Mundial, assistindo as perseguições nazistas e as atrocidades cometidas pelos soldados russos
invasores saqueando, roubando e estuprando. O lado bom desse período é que ela especializou-
se na Universidade de Berlim e no Instituto Goethe de Língua e Civilização Alemã do qual é a
Delegada em nosso Estado.
Dotada de grande paciência me auxiliava nas dificuldades de leitura e pronúncia. Com extremo
bom humor dizia: -“ Plínio! Tu falas alemão como um britânico!”. O motivo é que minha
formação básica de inglês deu-se no Centro de Cultura Inglesa de Porto Alegre, patrocinado pelo
Conselho Britânico. Infelizmente não pude completar meus estudos de alemão, pois a Feevale
não liberou mais horários. Ao menos essa experiência foi válida e sou eternamente grato à Dona
Erica e ao Professor Sarlet que sempre foi meu amigo e principal apoio.
Cabe ainda registrar mais um livro de Erica Sarlet. Trata-se de “Um Abraço com Carinho”, em
conjunto com o Prof.Ernest Sarlet, é uma bela visão fotográfica dos mais encantadores recantos
de Novo Hamburgo. Diz o prefácio de Dona Erica: “- Deixei-me encantar e quem viu as fotos
sugeriu a publicação – eis que surgiu um trabalho a quatro mãos é o nosso livro como
homenagem à cidade que há 45 ano tão bem acolheu o casal Sarlet. Aqui encontramos trabalho
e amigos, os nossos filhos cresceram e estudaram. Eis o nosso lugar que amamos de coração”.
E o Professor Sarlet completa: “- A beleza da cidade é responsabilidade de todos nós! A
qualidade de vida é o resultado do esforço, da colaboração e da contribuição de todos os
cidadãos.”
Sinto-me extremamente honrado pela oportunidade que tive de conhecer esse casal de
ducadores que tanto produziu pela cultura e educação no Brasil.
*Plínio Dall´Agnol é Professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
minhas dívidas.” ( Martin Luther )
Essa é a introdução do encantador livro da Professora Erica Dorotéa Sarlet, com uma dedicatória
a mim endereçado. Eu voltara de viagem à Alemanha e sentira falta de poder falar alemão,
embora boa parte da população daquele País saiba vários idiomas, principalmente no comércio e
na cultura.
Resolví então estudar alemão e para tanto fui prontamente auxiliado pelo Professor Ernest
Sarlet, meu colega na Feevale e esposo de Dona Erica. Ele a “convocou democraticamente” para
ser minha professora particular em horário especial. As aulas eram ministradas na Fundação
Evangélica no início da manhã. A professora era ótima, com vasto conhecimento da língua e
cultura alemã, morando por muitos anos em Berlim vivenciou os dias terríveis da II Guerra
Mundial, assistindo as perseguições nazistas e as atrocidades cometidas pelos soldados russos
invasores saqueando, roubando e estuprando. O lado bom desse período é que ela especializou-
se na Universidade de Berlim e no Instituto Goethe de Língua e Civilização Alemã do qual é a
Delegada em nosso Estado.
Dotada de grande paciência me auxiliava nas dificuldades de leitura e pronúncia. Com extremo
bom humor dizia: -“ Plínio! Tu falas alemão como um britânico!”. O motivo é que minha
formação básica de inglês deu-se no Centro de Cultura Inglesa de Porto Alegre, patrocinado pelo
Conselho Britânico. Infelizmente não pude completar meus estudos de alemão, pois a Feevale
não liberou mais horários. Ao menos essa experiência foi válida e sou eternamente grato à Dona
Erica e ao Professor Sarlet que sempre foi meu amigo e principal apoio.
Cabe ainda registrar mais um livro de Erica Sarlet. Trata-se de “Um Abraço com Carinho”, em
conjunto com o Prof.Ernest Sarlet, é uma bela visão fotográfica dos mais encantadores recantos
de Novo Hamburgo. Diz o prefácio de Dona Erica: “- Deixei-me encantar e quem viu as fotos
sugeriu a publicação – eis que surgiu um trabalho a quatro mãos é o nosso livro como
homenagem à cidade que há 45 ano tão bem acolheu o casal Sarlet. Aqui encontramos trabalho
e amigos, os nossos filhos cresceram e estudaram. Eis o nosso lugar que amamos de coração”.
E o Professor Sarlet completa: “- A beleza da cidade é responsabilidade de todos nós! A
qualidade de vida é o resultado do esforço, da colaboração e da contribuição de todos os
cidadãos.”
Sinto-me extremamente honrado pela oportunidade que tive de conhecer esse casal de
ducadores que tanto produziu pela cultura e educação no Brasil.
*Plínio Dall´Agnol é Professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
segunda-feira, agosto 15, 2016
EM PREJUÍZO DOS AGRICULTORES
O cientista Louis Pasteur afirmava que “o vinho
é a mais saudável das bebibas ingeridas às refeições”. Infelizmente parece não
ser esse o mesmo parecer e opinião do governo federal brasileiro. Esse acaba de
sobretaxar as chamadas bebidas destiladas ( dentre essas a cachaça, o uísque, a
vodka) somando a essas o vinho que nós cidadãos comuns consideramos um
complemento alimentar, não é uma bebida de elevado teor alcoólico, portanto não
deveria ser incluída entre as chamadas bebidas quentes
.O vinho é considerado um patrimônio cultural e complemento alimentar em países europeus como a Itália, a França, Portugal e outros países. Na América destacamos o uso saudável e valorização do vinho em várias regiões como a Califórnia norte-americana e em nossos hermanos vizinhos do Uruguai, Argentina e Chile.Respeitáveis instituições nacionais e internacionais de pesquisas,
Universidades e Centros Especializados vem demonstrando os efeitos benéficos do vinho sobre o corpo humano ( nos ossos, coração, aparelho digestivo e cérebro dentre outros). É claro que tudo isso vem acompanhado da recomendação oportuna do consumo adequado e moderado.
Outro lamentável equívoco do governo federal brasileiro refere-se ao prejuízo que essa tributação excessiva sobre os vinhos pode causar à uma grande cadeia de produtores agrícolas nas várias regiões de vitivinicultura. Nesses locais a prática é exercida em pequenas e médias propriedades, algumas reunidas em cooperativas, de famílias de imigrantes e outros descendentes que colhem seu sustento na vitivinicultura. Além do mais com a extensão à novas regiões como a campanha do Estado, vários pequenos municípios e exitosas cooperativas passam a ser punidos pelo governo federal brasileiro.
Como afirma o deputado estadual Sérgio Turra, descendente de imigrantes, “ No intuito de arrecadar, o governo federal brasileiro não efetua a redução de seus gastos( 31 Ministérios e outros penduricalhos) e para evitar o déficit em suas contas penaliza os produtores e consumidores”.
Com novas taxas a carga tributária federal atualmente superior a 50% vai se tornar mais pesada para o consumidor ao pagar sua garrafa de vinho.Para o bem de todos, seria de bom alvitre o governo federal ter a coragem de revisar sua atual posição, o que se tornaria bem simpático e até melhorar seus índices de receptividade na opinião pública. Os agricultores agradeceriam e os consumidores comemorariam com um bom cálice de vinho de alta qualidade nacional.
P.S.: Publicado na revista Fundamental de agosto/2016 sob o título O Vinho que Faz Bem
.O vinho é considerado um patrimônio cultural e complemento alimentar em países europeus como a Itália, a França, Portugal e outros países. Na América destacamos o uso saudável e valorização do vinho em várias regiões como a Califórnia norte-americana e em nossos hermanos vizinhos do Uruguai, Argentina e Chile.Respeitáveis instituições nacionais e internacionais de pesquisas,
Universidades e Centros Especializados vem demonstrando os efeitos benéficos do vinho sobre o corpo humano ( nos ossos, coração, aparelho digestivo e cérebro dentre outros). É claro que tudo isso vem acompanhado da recomendação oportuna do consumo adequado e moderado.
Outro lamentável equívoco do governo federal brasileiro refere-se ao prejuízo que essa tributação excessiva sobre os vinhos pode causar à uma grande cadeia de produtores agrícolas nas várias regiões de vitivinicultura. Nesses locais a prática é exercida em pequenas e médias propriedades, algumas reunidas em cooperativas, de famílias de imigrantes e outros descendentes que colhem seu sustento na vitivinicultura. Além do mais com a extensão à novas regiões como a campanha do Estado, vários pequenos municípios e exitosas cooperativas passam a ser punidos pelo governo federal brasileiro.
Como afirma o deputado estadual Sérgio Turra, descendente de imigrantes, “ No intuito de arrecadar, o governo federal brasileiro não efetua a redução de seus gastos( 31 Ministérios e outros penduricalhos) e para evitar o déficit em suas contas penaliza os produtores e consumidores”.
Com novas taxas a carga tributária federal atualmente superior a 50% vai se tornar mais pesada para o consumidor ao pagar sua garrafa de vinho.Para o bem de todos, seria de bom alvitre o governo federal ter a coragem de revisar sua atual posição, o que se tornaria bem simpático e até melhorar seus índices de receptividade na opinião pública. Os agricultores agradeceriam e os consumidores comemorariam com um bom cálice de vinho de alta qualidade nacional.
P.S.: Publicado na revista Fundamental de agosto/2016 sob o título O Vinho que Faz Bem
quinta-feira, agosto 11, 2016
UMA ACADEMIA EXEMPLAR
·
O Estado de São Paulo é considerado tradicionalmente “ A
Locomotiva do Brasil” em virtude de possuir o mais expressivo complexo
econômico: mais de 50% da movimentação
financeira nacional gira naquele Estado da Federação. Sua Bolsa de Valores é a principal do país.
Mas
não é só em economia e finanças o destaque, na área cultural a diversidade é
enorme: A USP é considerada a melhor na América Latina e é destaque internacional
no ensino e pesquisa. O Museu de Arte de São Paulo-MASP, na avenida Paulista
possui um acervo de obras de arte de elevado valor, o Museu de Arte
Contemporânea da USP expõe em seu acervo
artistas nacionais e internacionais( Modigliani é um exemplo). Além da Academia
Paulista de Letras várias cidades do
interior patrocinam suas academias de letras.
Destacamos nesta crônica a Academia Bauruense de Letras da
cidade de Bauru Ela reúne um grupo expressivo de escritores, jornalistas,
professores e outros autores que atuam em jornais, revistas, universidades,
órgãos públicos e igrejas.
Merece comentário a mais recente publicação da Academia
Bauruense de Letras, lançada em dezembro passado “Natal Sempre Natal”, uma leitura para
o ano todo pelo seu conteúdo humanístico-afetivo. Cecilia Lara,
coordenadora da Oficina da Palavra, prefaciou o livro comentando: - “...fui
encarregada por Rosa Leda Accorsi Gabrielli(Organizadora) de coletar as
colaborações dos participantes da Oficina da Palavra que quisessem escrever
textos em prosa e poesia...cada um expressando um momento marcante...e o
resultado final está aqui: uma diversidade muito grande de abordagens sobre
lembranças ou reflexões...dentro dessa grande variedade, persiste a expectativa
de reafirmação de sentimentos de solidariedade e de fraternidade humanas, pois
no fundo, não se pode ignorar certa magia, certa vibração contagiante, que que
impele o indivíduo na direção do próximo, como um sopro de alguma coisa que se
renova.”...
A Organizadora do livro
é a Dra. Rosa Leda Accorsi Gabrielli, advogada, professora de história e
geografia, artista plástica e jornalista, formada pelas melhores Universidades de São Paulo. Possui extensa
vida profissional escrevendo textos pastorais da Igreja Católica, membro da
União Brasileira de Escritores. É detentora de cadeira na Academia Bauruense
de Letras que tem Cora Coralina como
patronesse. Ela é como esse cronista, neta de Bortolo Accorsi, comerciante e produtor
rural, co-fundador da Colonia Italiana de São Roque, distrito de Bento
Gonçalves.
A Dra.Rosa Leda
participa também como autora de dois textos: Um sobre imblóglios de uma família
de origem italiana e outro sobre um pai que não comemorava
festividades de origem religiosa. Ela está assumindo a presidência da Academia
neste ano.
Esse livro é um alento
para tornarmos pessoas melhores,
transformar-nos e também ao mundo, conflitos, reflexões sobre o tempo líquido,
a fluidez dos relacionamentos...tempo de acreditar e de pensar que sempre vale
a pena.
O PREFEITO QUE ERA POETA
O Prefeito
de Novo Hamburgo Eugênio Nelson Ritzel foi eleito pela oposição à época MDB,
contra os candidatos da ARENA (pró-governo militar), com expressiva margem de
votos. Era pessoa bem conhecida na comunidade, formação militar, dispensou o carro oficial e
caminhava desde sua casa próxima à Sociedade Ginástica no Bairro Rio Branco até
a Prefeitura na Praça da Bandeira na divisa de Centro com Hamburgo Velho.
Professor
conhecido como disciplinador, organizado e culto dedicou boa parte de seu
mandato em favor da cultura. Tinha sido patrão de CTG e criou em sua gestão o
Grupo Folclórico NH que apresentou-se na maioria das capitais brasileiras, viajou
pela América Latina e participou do Folkmoot/USA,
festival internacional na Carolina do
Norte.
Discordei dele por não ter
desapropriado o antigo Cine Theatro Lumière que virou uma igreja, em compensação
ele teve coragem ao declarar de utilidade pública e adquiriu o
prédio onde hoje se encontra a
Biblioteca Pública Municipal que vivia peregrinando de um lado para outro sem
uma sede própria. Também construiu o Centro de Cultura onde estão instalados a
Secretaria de Cultura, o Teatro Paschoal Carlos Magno e a Escola Municipal de
Artes . Foi membro co-fundador da Seccional do Movimento de Defesa do
Patrimônio Cultural Gaúcho.
Fiquei vivamente impressionado quando
tomei conhecimento de sua inusitada obra poética: IMIGRÍADES o Poema Épico das
Gerações de Origem Alemã no Rio Grande do Sul. Publicado num encarte do Jornal
NH, do Grupo Editorial Sinos, dentro das comemorações do Sesquicentenário
da Imigração Alemã.
É uma composição em 173 versos
relatando dentre outros: A invasão da Europa por Napoleão, Pródromos da
Imigração, João Daniel Hillebrand, a aparição de Jorge Antonio Schaeffer, A
partida do lar e o início da Imigração, Chegada ao Rio de Janeiro, Porto Alegre
e São Leopoldo, A Feitoria do Linho Cânhamo, breve alusão aos Muckers, Os
Brummers, lanceiros imperiais, O Musterreiter (Caixeiro Viajante), Vultos em Destaque
na Colonização, O índios, os bugres e as Missões Jesuíticas e finalmente uma
homenagem merecida à mulher do colono.
Ao final de seu mandato Eugênio
Nelson Ritzel resumiu: - “Com quase insignificante ajuda Estadual e Federal,
foi demonstrado o quanto pode ser feito em educação, cultura, infraestrutura, transporte, asfaltamento, saúde e lazer, sem mordomias e
sem parentes na área da Prefeitura. Média municipal de arrecadação de 92% e
média de aprovação de 82% nos exames
finais da Rede Municipal de Ensino. De mãos dadas tudo é mais fácil.”
0 HOMEM DA LINGUAGEM LOGO
No início dos anos 80 o jornalista Paulo Sérgio Gusmão,
diretor do Grupo Editorial Sinos com seu irmão Mário Alberto, incentivaram a
comunidade regional e em especial as Escolas a utilizarem a informática para o
ensino e para o trabalho. Daí surgiu o Projeto Agora, com a participação
decisiva do professor Ernest Sarlet, Secretário Municipal da Educação, grande
líder educacional.
Com o apoio material e institucional da FEEVALE foi criado o
Congresso Nacional de Informática Educacional e o Congresso Internacional de
Linguagem Logo. Com a participação de profissionais locais, do país e do
exterior. Especialistas de vários países estiveram presentes.
O principal convidado foi o professor e matemático Dr.
Seymour Papert, diretor do Laboratório de Inteligência Artificial do MIT. A
razão era muito simples: tratava-se do criador da linguagem Logo, processo de
formação educacional de crianças para o uso do computador.
Até hoje tenho em minha biblioteca o livro “LOGO: Computadores e Educação” editado pela Brasiliense em 1986, com uma dedicatória a mim endereçada quando de sua estada conosco.
Até hoje tenho em minha biblioteca o livro “LOGO: Computadores e Educação” editado pela Brasiliense em 1986, com uma dedicatória a mim endereçada quando de sua estada conosco.
A contracapa do livro resume: Você já pensou na possibilidade
de o computador servia para o desenvolvimento intelectual da criança¿ Pois esse
livro não só demonstra que isso é possível, como também apresenta um
revolucionário sistema que viabiliza uma nova concepção de ensino. Seymour
Papert revela aqui a facilidade com que a criança pode dominar a tecnologia dos
computadores.
No último dia 31 Seymour Papert, nascido na África do Sul,
faleceu em sua residência nos Estados Unidos, deixando-nos um legado de grande
amizade e uma obra prima da educação para as crianças, também sob inspiração do
grande educador suíço Jean Piaget. O Núcleo de Educação Informática e os
computadores nas Escolas municipais criados pelo Professor Sarlet, tiveram o
impulso decisivo do Projeto Agora e da passagem inspiradora de Seymour Papert
aqui entre nós em 1986.
ALCEU FEIJÓ: A IMAGEM ALÉM DO TEMPO
Desde garoto tenho acompanhado as notícias e as imagens dos
nossos jornais e revistas. Meu s pais sempre incentivaram a leitura em nossa
casa. Textos de Vinícius Bossle e fotografias instigantes de Alceu Feijó sempre
foram e ainda são minhas preferidas.
A coluna Sala de Leitura da Jane Regina Mathias no Jornal
ABC define com extrema propriedade o longevo e profícuo trabalho fotográfico de
Alceu Feijó, o nosso amigo de tanto
tempo: “...lugares comuns e incomuns. Imagens que revelam o olhar sensível e
mágico de quem dedicou a existência ao fotojornalismo.
..
Fui convidado pela professora Tuti, filha do Feijó, para o
lançamento bem em tempo do livro de fotografias que foram magistralmente
produzidas e publicadas nos veículos de
comunicação do Grupo Editorial Sinos e outros meios de comunicação.
Dispensável justificar, porém é interessante especificar as
inúmeras e diversificadas abordagens de instantes fotográficos que podemos
contemplar: a história do futebol( Pelé
e a Copa do Mundo), administradores públicos e políticos bem como cidadãos
comuns, a escola e o sindicato. São tantos que somente vendo para apreciar o
encantamento em nós produzido.
A história do fotojornalismo e da fotografia em geral em
nossa comunidade e no Brasil, não estariam completos se não houvesse a presença
de Alceu Feijó, um verdadeiro mago da comunicação.
Esse livro de
fotografias é uma enciclopédia que não deve faltar em casa, na escola, na
universidade e principalmente na Biblioteca Pública, tão carente de grandes
novidades pela carência de recursos destinados à cultura pelo poder público.
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