domingo, dezembro 11, 2016

LUTAR, MATAR e MORRER

Foi por intermédio de meu colega e amigo Domingos Rodrigues da Universidade Federal de

Pelotas que tive o inusitado prazer de tomar conhecimento de “SOLDADOS, SOBRE LUTAR,

MATAR e MORRER”, Livro da Companhia das Letras, relatando de forma objetiva as práticas

bárbaras de soldados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a maioria reveladas em

gravações secretas.



A inteligência aliada criou e desenvolveu um departamento específico integrado por espiões

e equipamentos de escuta clandestina para flagrar as conversas de soldados alemães

prisioneiros em vários locais. Eram em torno de um milhão de presos.

Sem que houvesse esse objetivo, também comprovou-se junto aos militares italianos a sua

grande revolta pela corrupção administrativa dos militares fascistas do Governo de

Mussolini, o que inclusive atingiu de forma letal o moral de suas tropas em combate.

Revelou-se a obediência cega e a decisão de não render-se ao inimigo por parte dos

soldados japoneses e o fanatismo suicida dos “kamikaze” que jogavam seus aviões sobre os

alvos inimigos tanto em terra como e principalmente no mar.



Foi comentado também o fanatismo dos americanos na Guerra do Vietnam: “O tenente

Calley, por exemplo, que foi condenado à prisão perpétua ( que logo depois foi suspensa)

por sua participação no massacre de My Lai, não hesitava um só instante em considerar

categoricamente como inimigos mesmo crianças e recém nascidos: ”Os velhos, as mulheres,

- as crianças – os nenês – todos eram vietcongues ou se tornariam vietcongues em no

máximo três anos. E dentro das mulheres vietcongues já havia milhares de

vietconguezinhos”!

O Comandante Hans Falber, do Campo de Besançon foi condenado à morte por Hitler em

virtude de não ter acatado ordens de execução de judeus e outros prisioneiros. A família de

Falber foi executada por ordem do Fürer. O Comandante de Auschwitz Rudolf Rüder

reconheceu o absurdo de extermínio de judeus considerando um grande equívoco, um

equívoco absoluto despertando o ódio de todo mundo.



Os alemães Sönke Neitzel e Harald Welzer, professores e pesquisadores renomados

apresentaram essa valiosa obra literário de extensa pesquisa que vale apena ser lida e

conhecida de todos os que se preocupam em saber dos grandes erros e dramas causados

pela ditaduras no mundo.

*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural

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