Foi por intermédio de meu colega e amigo Domingos Rodrigues da Universidade Federal de
Pelotas que tive o inusitado prazer de tomar conhecimento de “SOLDADOS, SOBRE LUTAR,
MATAR e MORRER”, Livro da Companhia das Letras, relatando de forma objetiva as práticas
bárbaras de soldados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a maioria reveladas em
gravações secretas.
A inteligência aliada criou e desenvolveu um departamento específico integrado por espiões
e equipamentos de escuta clandestina para flagrar as conversas de soldados alemães
prisioneiros em vários locais. Eram em torno de um milhão de presos.
Sem que houvesse esse objetivo, também comprovou-se junto aos militares italianos a sua
grande revolta pela corrupção administrativa dos militares fascistas do Governo de
Mussolini, o que inclusive atingiu de forma letal o moral de suas tropas em combate.
Revelou-se a obediência cega e a decisão de não render-se ao inimigo por parte dos
soldados japoneses e o fanatismo suicida dos “kamikaze” que jogavam seus aviões sobre os
alvos inimigos tanto em terra como e principalmente no mar.
Foi comentado também o fanatismo dos americanos na Guerra do Vietnam: “O tenente
Calley, por exemplo, que foi condenado à prisão perpétua ( que logo depois foi suspensa)
por sua participação no massacre de My Lai, não hesitava um só instante em considerar
categoricamente como inimigos mesmo crianças e recém nascidos: ”Os velhos, as mulheres,
- as crianças – os nenês – todos eram vietcongues ou se tornariam vietcongues em no
máximo três anos. E dentro das mulheres vietcongues já havia milhares de
vietconguezinhos”!
O Comandante Hans Falber, do Campo de Besançon foi condenado à morte por Hitler em
virtude de não ter acatado ordens de execução de judeus e outros prisioneiros. A família de
Falber foi executada por ordem do Fürer. O Comandante de Auschwitz Rudolf Rüder
reconheceu o absurdo de extermínio de judeus considerando um grande equívoco, um
equívoco absoluto despertando o ódio de todo mundo.
Os alemães Sönke Neitzel e Harald Welzer, professores e pesquisadores renomados
apresentaram essa valiosa obra literário de extensa pesquisa que vale apena ser lida e
conhecida de todos os que se preocupam em saber dos grandes erros e dramas causados
pela ditaduras no mundo.
*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
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