Crônica cultural e memórias assinadas por um gaúcho, do Vale dos Sinos para o Mundo.
segunda-feira, dezembro 25, 2017
segunda-feira, outubro 16, 2017
ATAQUES TERRORISTAS
ATAQUES TERRORISTA
O leitor deve imaginar que os ataques terroristas em vários países são ocasionados por problemas políticos ou religiosos. Puro engano. É uma situação que vem acontecendo através dos tempos. Desde antigamente são atos brutais que horrorizam os mais diferentes países e comunidades.
A palavra terrorista surgiu com a Revolução Francesa de 1789 registrada como um “sistema ou domínio do terror”. No entanto nos primeiros registros da história eram considerados “grupos de pessoas que assustavam ou aterrorizavam outros para fazê-los acatarem suas crenças e práticas religiosas”. Os zelotes da antiga Judéia atacavam as autoridades dominadoras gregas e romanas. Os sicários eram outros judeus que aterrorizavam judeus que se haviam desviado de sua fé religiosa.
Na antiga Rússia também são conhecidos movimentos revolucionários que usavam a palavra terrorismo.
A Ex Primeira Ministra da Grã-Bretanha Margaret Tatcher foi categórica:”Devemos tentar encontrar formas de matar o terrorista de fome e o ladrão do oxigênio da publicidade da qual eles dependem”!!
O terrorismo moderno começou com a Ku Klux Kan na Guerra Civil Americana em 1865 contra a abolição dos escravos e a reconstrução do País, pela supremacia branca contra negros, semitas e outras minorias étnicas.
A Al Quaeda e o Estado Islâmico são os mais recentes movimentos que praticam atos terroristas contra populações civis. São alvos prioritários do terrorismo os países aliados na lutas que ocorrem na Síria, Iraque e Afganistão principalmente.
O livro das pesquisadoras Anne Williams e Vivian Head com o título de ATAQUES TERRORISTAS- A Face Oculta da Vulnerabilidade, detalha com objetividade e segurança os movimentos terroristas em todo mundo. Sua leitura é esclarecedora e a forma imparcial e científica de construção do texto merecem nossa total confiança.
É uma leitura séria apresentada de forma a esclarecer um dos temas quem tem preocupado a humanidade.
domingo, outubro 15, 2017
DOIS GÊNIOS DA HUMANIDADE
DOIS GÊNIOS DA HUMANIDADE
Se o Prêmio Nobel de Literatura existisse nos anos 1600, sem dúvida alguma, em determinado ano, seria dividido entre Miguel de Cervantes Saavedra e William Shakespeare.
O bardo inglês nasceu na pequena cidade de Stratfford-upon-Avon em 1564, filho de família humilde, estudou numa “grammar school", onde o latim era muito importante, porém nunca foi ao ensino superior. Em 1599 passou a ser sócio do teatro Globe. Os personagens de Shakespeare “são a legítima prole da humanidade comum”, também segundo autores “O nobre e o plebeu, o elevado e o baixo, o erudito e o popular, o trágico e o cômico mesclam-se com liberdade inaudita na obra de Shakespeare”. Todos lembram ou conhecem Romeu e Julieta, Antonio e Cleópatra, Henrique V, Macbeth, Rei Lear, As Alegres Comadres de Windsor ou Hamlet.
Para o professor James Shapiro da Universidade de Columbia “Seu consagrado teatro foi perseguido pelos puritanos numa época em que o catolicismo era contestado pelos membros da Igreja Anglicana.Com a ascenção de James I, seu grupo passou a ter sua proteção.”
Ele é sem dúvida alguma o maior nome da literatura e teatro Inglês.
Cervantes foi a inauguração do romance moderno. Para Miguel de Unamuno era a “Bíblia espanhola”. No seu Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro andante é um trapalhão acompanhado por seu servidor Sancho Pança.
Ferido na famosa Batalha de Lepanto ao voltar à Espanha é aprisionado por piratas e só libertado 5 anos depois, após resgate.
Ao retornar à Espanha encontra um país decadente econômica e politicamente. Casa-se e adota o sobrenome Saavedra. Divide-se entre a literatura e o emprego de coletor de impostos. Acusado de desvios é preso novamente. Lá inspira-se no Quixote. Ao ser libertado finalmente diz na sua obra: “A liberdade Sancho, é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens”.
Segundo o historiador e literato italiano Italo Calvino “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.” Para a Veja “É o que explica a perenidade de um Rei Lear ou de um Dom Quixote. É o que explica a capacidade desses dois gênios de emocionar o leitor do terceiro milênio com textos escritos no Século XVII. A emoção da grande literatura sempre poderá comover aqueles que se abrem para ela”.
quinta-feira, setembro 28, 2017
O CIDADÃO DE DOIS MUNDOS
O CIDADÃO DE DOIS MUNDOS
Meu nome não faz parte dos endereços sociais da Fundação Scheffel ( da qual fui Conselheiro antigamente) e nem da Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo. Por isso não recebi convite para a cerimônia do lançamento solene do livro auto-biográfico do nosso consagrado artista plástico e compositor Ernesto Frederico Scheffel. Livro esse denominado SCHEFFEL POR ELE MESMO
.Tive a honra de participar com ele nos anos 70 na Fundação da Seccional do Movimento de Defesa do Patrimônio Cultural Gaúcho.
Nosso grande incentivador na época foi o Dr. Leandro da Silva Telles, Doutor em Direito pela Universidade de Berlim, fundador do Movimento Estadual e autor de um dos primeiros livros em defesa do assunto em pauta.
O primeiro presidente da Seccional foi o bancário, tradutor e escritor Tejo Damasceno Ferreira. A dedicação e o esforço dos integrantes do Movimento originou o ato municipal declarando de utilidade pública da Casa Schmidt-Presser, tudo sob a liderança incansável de Scheffel, o qual foi presidente e vice-presidente da Seccional.
E.F.Scheffel foi responsável pela criação do Grupo Amigos de Hamburgo Velho que saiu pintando muros e paredes acinzentadas, imprimindo um colorido alegre e jovial ao sisudo e conservador Bairro de Hamburgo Velho à época. Por muitos anos dividiu residência na bela Itália ( antes em Florença e desde 1996 na Toscana em uma acolhedora Villa do interior italiano) e finalmente com a Fundação de Hamburgo Velho no Brasil. Em virtude disso sua obra de arte encontra-se em dois mundos, na Europa e um expressivo conjunto de esculturas e pinturas na sede da Fundação Ernesto Frederico.
Seu legado contribui para a formação e incentivo de jovens e adultos desta e futuras gerações. O atual Diretor da Fundação é Angelo Reinheimer que dedica-se de forma exemplar no atendimento dos visitantes e pesquisadores, com o apoio de funcionários cuidam da administração e preservação desse valioso patrimônio.
O Executivo hamburguense com suporte legal da Câmara de Vereadores fixa uma dotação anual para a Fundação.
segunda-feira, julho 24, 2017
AUTORES DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ
AUTORES DA
IMIGRAÇÃO ALEMÃ
A oportuna
iniciativa dos jornais NH e VS do Grupo Editorial Sinos trata da publicação de
textos e entrevistas na língua alemã.
Mais precisamente do dialeto hunsrich da
região alemã originária da maioria dos
imigrantes que aportaram em nosso Estado
em 25 de julho de 1824. “Für Immer” ( “Para Sempre”) é fruto do trabalho de
Moacir Fritzen, Marcello Coller e Gabriel Guedes.
Esse evento
provocou-me pesquisar em minha biblioteca particular não catalogada, o que
tenho de Autores da Imigração Alemã. Historicamente
mais importante é o leopoldense Vianna Moog, nascido em 1906, membro da Academia Brasileira de Letras com uma rica
produção literária, destacando-se “ Um Rio Imita o Reno” com a vida e obras dos imigrantes à margem do
Rio dos Sinos. O jornalista hamburguense Felipe Kuhn Braun com
12 livros sobre Cidades ( Bom Princípio, Dois Irmãos, Linha Nova, Novo Hamburgo
). Memoriais, Cartas e Relatos de Imigrantes Alemães, Histórias.
“Canaã” de
Graça Aranha, “O Continente” de Érico Veríssimo, “A Ferro e Fogo” de Josué
Guimarães e “Videiras de Cristal” de Luiz Antonio de Assis Brasil podem ser
considerados clássicos trazendo relatos de vida dos imigrantes.
“O
Incidente” de Diva Walzer Kuhn , “Os Amores de Jacobina” do Pastor Martin
Dreher publicados neste ano pela Editora Oiko. Tive o privilégio de receber
seus autógrafos com tocante dedicatória.
Podemos
ainda enumerar Telmo Lauro Müller “Colônia Alemã: Histórias e Memórias”,
Daniel
Hillebrand “Registro da chegada dos imigrantes alemães em São Leopoldo”, Jean
Roche “A Colonização Alemã e o Rio Grande do Sul”.
Minha
relação de autores da imigração alemã é ainda maior, dado o espaço que tenho
disponível nesta crônica fico por aqui desejando a todos uma boa leitura.
sexta-feira, junho 30, 2017
O ARQUITETO ALEMÃO
Tive o
inusitado prazer de encontrar pela primeira vez o professor KURT WALZER nos
idos anos setenta quando criamos o Movimento em Defesa do Acervo Cultural
Gaúcho, incentivados pelo Dr. Leandro da Silva Telles, doutor pela Universidade
de Berlim, fundador do Movimento e autor de um dos primeiros livros que
tratam da preservação e conservação do
patrimônio cultural.
Um grande
companheiro, o prof. Walzer era uma pessoa de elevada cultura e muito bom
humor. Tratava com extrema cortesia a todos e em particular seus alunos de
matemática e física. Carismático, tornou-se popular com os quais teve a
oportunidade de conviver. Ele nasceu em Strassburg, no Estado da Alsácia, à
época Alemanha, hoje território francês. Quando concluiu seus estudos de
Pedagogia, candidatou-se para um emprego fora da Alemanha, pois era difícil
emprego em alguma Escola da Alemanha, e esse cronista acredita também que era
por não estar inscrito no Partido Nacional (nazista). Teve 3 opções: Hong-Kong,
Espanha e sul do Brasil.
Tendo optado
pelo Brasil foi contratado pelo padre jesuíta Michael Meier, diretor da Escola
Normal Católica de Hamburgo Velho, onde lecionou em alemão(os alunos entendiam
o idioma de Goethe), simultaneamente estudava português após 3 meses falava seu novo idioma. Exímio
violinista, lecionou música organizando várias orquestras.
A Escola teve de
seus 38 projetos arquitetônicos nas várias construções 22 foram de autoria do
prof.Walzer.
No dia do colono de 1939, o discurso de um aluno da escola irritou o Secretário de Educação do Estado do Rio Grande do Sul
Dr. J.P.C. Coelho de Souza,
representante da ditadura Vargas, o que ocasionou o fechamento da Escola e os
professores perseguidos e presos. O prof. Walzer foi um dos levados à Casa de
Correção (cadeia pública), teve bens apreendidos e ao ser libertado só recebeu
uma parte de volta.
Mais
detalhes dessa extraordinário biografia podem ser conhecidos no livro INCIDENTE
da historiadora Diva Walzer Kuhn, filha do mestre Kurt Walzer.
domingo, maio 07, 2017
CINQÜENTA ANOS DE LIBERATO SALZANO
No início de 1967 em reunião na Associação
Comercial e Industrial de Novo Hamburgo fui incentivado por Lauro Diogo de
Jesus, Coordenador da ACI/NH e cronista do jornal N.H., a participar do
concurso para os cargos de funcionários e professores da Escola Liberato
Salzano Vieira da Cunha.
O Diretor recém nomeado pelo Governo do Estado
era o professor Orlando Razzera, matemático e físico do Colégio Júlio de
Castilhos, o famoso "Julinho". Após entrevista com o Diretor e tendo
ainda o crédito de ter sido aprovado em primeiro lugar no Concurso Estadual para
o cargo de Secretário de Escola, fui nomeado Secretário Executivo.
A aula inaugural foi ministrada pelo Dr.Níveo
Leopoldo Friedrich, líder empresarial e Prefeito Municipal que falou do
Convênio tripartite Governo Federal (Obras e Equipamentos) Municipal (doação de
uma área de terras de 20 hectares) e Estado (pessoal e custeio de manutenção).
O início em 12 de abril deveu-se ao atraso
pelo Governo do Estado(como sempre?) para publicação dos Atos de criação da
Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, com os Cursos
Técnicos em IIº Grau em Química em 1967.
Eletrotécnica coordenado por Fernando
Fabiano da Rosa, formado pela E.T.Parobé de Porto Alegre e especializado em
Eletrecité de France e Mecânica, coordenado
pelo Engenheiro Adolf Sajovic, com especialização na Europa, ambos
começaram em 1968.
O Corpo Docente
altamente qualificado comprovou através dos anos o sucesso do empreendimento
com a formação de técnicos profissionais competentes aceitos pelas melhores
empresas e mesmo órgãos governamentais no Estado, no País e no exterior.
Lembramos que alguns estagiários de Química receberam bolsas de estudo no
exterior (América Latina, Alemanha e Suécia por exemplo).
Importante salientar que os Cursos eram à
época totalmente gratuitos e como funcionavam em tempo integral os alunos,
funcionários e professores recebiam o almoço na Escola sem ônus para eles.
Com o decorrer do tempo e por necessidades do
mercado foram criados novos cursos e passou-se também a prestar serviços de
assessoria e assistência técnica às empresas tendo em vista a alta qualidade e
precisão dos equipamentos, laboratórios e recursos humanos da Fundação.
sexta-feira, abril 21, 2017
A RELIGIÃO DE JACOBINA
No meu tempo de criança lembro que era hábito
em minha família, a leitura de livros, revistas e jornais. Antes do almoço ou
do jantar nosso pai fazia a leitura de um ou dois capítulos de um livro. À época chamou-me a atenção o livro do Padre
Jesuita Ambrósio Schupp " OS MUCKERS". Episódio histórico extrahido
da vida contemporânea nas colônias alemãs do Rio Grande do Sul.
Ficamos sabendo agora que era um livro
antimucker já que ..."Não foram ouvidos Mucker nem avaliados os autos do
processo...os informantes de Schuppestavam todos eles do outro lado da
trincheira, particularmente o Delegado de Polícia"...Sua finalidade
didática era alertar sobre os perigos que surgem quando pessoas se afastam dos
ensinamentos da Igreja e preparar jovens jesuítas que se dirigiam ao Brasil
quanto aos perigos que os esperavam"...caracterizando a intolerância
religiosa nas época.
O primeiro livro a defender os Mucker foi publicado em 1957 por Leopoldo Petry "O Episódio do Ferrabraz( Os Mucker), contestando as leituras de Schupp, convertendo-se em libelo, no qual os Mucker são transformados de criminosos em vítimas.
O primeiro livro a defender os Mucker foi publicado em 1957 por Leopoldo Petry "O Episódio do Ferrabraz( Os Mucker), contestando as leituras de Schupp, convertendo-se em libelo, no qual os Mucker são transformados de criminosos em vítimas.
O Pastor Martin N. Dreher, Doutor em História
da Igreja e consagrado autor, lança o
livro "A RELIGIÃO DE JACOBINA" em boa hora pela Editora Oikos.Segundo
Leandro Karnal " O autor penetrou fundo no pantanoso mundo da memória
sobre os Mucker...trouxe uma contribuição essencial para o conhecimento dos
fatos que abalaram os anos da década de 1870... quais os limites da religião e
religiosidade na colônia de ascendência alemã...a reação forte à comunidade
apelidada pejorativamente de Mucker ? Como fazer de Jacobina uma pessoa capaz
de trazer à luz as contradições e tensões da sociedade do Vale dos Sinos e adjacências?...respostas tratadas com
profissionalismo e brilho por Martin Dreher".
Vale a pena conhecer esse Livro!!
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