Quando o Prefeito Alceu Mosmann organizou uma comissão para estudar a viabilidade
de uma Universidade Regional fui convidado a participar da equipe do projeto pelo
Deputado e ex-prefeito Martins Avelino Santini presidente da ASPEUR que seria a
mantenedora da Universidade. O Secretário de Educação e Cultura João Carlos Schmitz
foi designado Diretor do Projeto Universidade e colocou uma equipe da SEMEC à
disposição, elegendo meu nome como Secretário Executivo e tive então a feliz
oportunidade de conhecer os funcionários da SEMEC e o Coordenador do Serviço
Militar Tenente Tito Alvim da Silva Borges, exímio datilógrafo e redator integrando à
equipe.
Foi nessa ocasião que tive o privilégio de conhecer e conviver durante meses com
Arlindo Feiten apelidado de “Gringo”. Esse apelido inusitado era fruto provável de sua
maneira expansiva e descontraída de dirigir-se às pessoas, contrário ao vigente
costume circunspeto e reservado daqueles de origem alemã de um modo geral,
contrário aos de origem italiana.
Era Arlindo Feiten um dos melhores e mais destacado funcionário da Prefeitura
Municipal de Novo Hamburgo, ótimo datilógrafo ( atualmente seria um digitador).
Entendia com perfeição os “garranchos” dos textos redigidos à mão que chegavam até
ele para decifrar documentos e dar redação final. Não tinha vergonha nem escrúpulos
para perguntar quando havia alguma dúvida ou mal entendido.
O que mais me cativou tornando o “Gringo” meu tipo inesquecível foi que durante 45
anos, desde o início do Projeto, nas manhãs do dia de meu aniversário Arlindo Feiten
ligava para minha casa e cantava o parabéns à você. Fiquei sabendo que era um hábito
cordial dele para seus amigos íntimos, colegas e familiares. O que leva uma pessoa a
ser tão polida e cordial¿
Para Éric Mension-Rigau “A polidez mostra-se sobretudo como um meio de civilidade
cujos instrumentos são ao mesmo tempo a linguagem verbal e corporal, a polidez
confere aos gestos, ao discurso, à maneira de caminhar, propriedades distintivas que
são insígnias de classe.”
E o Professor Ernest Sarlet dizendo: “- Para ser amigo basta ter sentimento, ter
coração, saber falar, calar, mas sobre tudo saber ouvir, saber conversar de coisas
simples, poder contar a ele o que ouviu de bom, dos anseios das realizações, dos
sonhos e realidades.”
Nesse ano, após comemorarmos juntos nossos aniversários, Arlindo Feiten deixou-nos
para a vida eterna...
*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
Crônica cultural e memórias assinadas por um gaúcho, do Vale dos Sinos para o Mundo.
domingo, dezembro 11, 2016
LUTAR, MATAR e MORRER
Foi por intermédio de meu colega e amigo Domingos Rodrigues da Universidade Federal de
Pelotas que tive o inusitado prazer de tomar conhecimento de “SOLDADOS, SOBRE LUTAR,
MATAR e MORRER”, Livro da Companhia das Letras, relatando de forma objetiva as práticas
bárbaras de soldados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a maioria reveladas em
gravações secretas.
A inteligência aliada criou e desenvolveu um departamento específico integrado por espiões
e equipamentos de escuta clandestina para flagrar as conversas de soldados alemães
prisioneiros em vários locais. Eram em torno de um milhão de presos.
Sem que houvesse esse objetivo, também comprovou-se junto aos militares italianos a sua
grande revolta pela corrupção administrativa dos militares fascistas do Governo de
Mussolini, o que inclusive atingiu de forma letal o moral de suas tropas em combate.
Revelou-se a obediência cega e a decisão de não render-se ao inimigo por parte dos
soldados japoneses e o fanatismo suicida dos “kamikaze” que jogavam seus aviões sobre os
alvos inimigos tanto em terra como e principalmente no mar.
Foi comentado também o fanatismo dos americanos na Guerra do Vietnam: “O tenente
Calley, por exemplo, que foi condenado à prisão perpétua ( que logo depois foi suspensa)
por sua participação no massacre de My Lai, não hesitava um só instante em considerar
categoricamente como inimigos mesmo crianças e recém nascidos: ”Os velhos, as mulheres,
- as crianças – os nenês – todos eram vietcongues ou se tornariam vietcongues em no
máximo três anos. E dentro das mulheres vietcongues já havia milhares de
vietconguezinhos”!
O Comandante Hans Falber, do Campo de Besançon foi condenado à morte por Hitler em
virtude de não ter acatado ordens de execução de judeus e outros prisioneiros. A família de
Falber foi executada por ordem do Fürer. O Comandante de Auschwitz Rudolf Rüder
reconheceu o absurdo de extermínio de judeus considerando um grande equívoco, um
equívoco absoluto despertando o ódio de todo mundo.
Os alemães Sönke Neitzel e Harald Welzer, professores e pesquisadores renomados
apresentaram essa valiosa obra literário de extensa pesquisa que vale apena ser lida e
conhecida de todos os que se preocupam em saber dos grandes erros e dramas causados
pela ditaduras no mundo.
*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
Pelotas que tive o inusitado prazer de tomar conhecimento de “SOLDADOS, SOBRE LUTAR,
MATAR e MORRER”, Livro da Companhia das Letras, relatando de forma objetiva as práticas
bárbaras de soldados na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a maioria reveladas em
gravações secretas.
A inteligência aliada criou e desenvolveu um departamento específico integrado por espiões
e equipamentos de escuta clandestina para flagrar as conversas de soldados alemães
prisioneiros em vários locais. Eram em torno de um milhão de presos.
Sem que houvesse esse objetivo, também comprovou-se junto aos militares italianos a sua
grande revolta pela corrupção administrativa dos militares fascistas do Governo de
Mussolini, o que inclusive atingiu de forma letal o moral de suas tropas em combate.
Revelou-se a obediência cega e a decisão de não render-se ao inimigo por parte dos
soldados japoneses e o fanatismo suicida dos “kamikaze” que jogavam seus aviões sobre os
alvos inimigos tanto em terra como e principalmente no mar.
Foi comentado também o fanatismo dos americanos na Guerra do Vietnam: “O tenente
Calley, por exemplo, que foi condenado à prisão perpétua ( que logo depois foi suspensa)
por sua participação no massacre de My Lai, não hesitava um só instante em considerar
categoricamente como inimigos mesmo crianças e recém nascidos: ”Os velhos, as mulheres,
- as crianças – os nenês – todos eram vietcongues ou se tornariam vietcongues em no
máximo três anos. E dentro das mulheres vietcongues já havia milhares de
vietconguezinhos”!
O Comandante Hans Falber, do Campo de Besançon foi condenado à morte por Hitler em
virtude de não ter acatado ordens de execução de judeus e outros prisioneiros. A família de
Falber foi executada por ordem do Fürer. O Comandante de Auschwitz Rudolf Rüder
reconheceu o absurdo de extermínio de judeus considerando um grande equívoco, um
equívoco absoluto despertando o ódio de todo mundo.
Os alemães Sönke Neitzel e Harald Welzer, professores e pesquisadores renomados
apresentaram essa valiosa obra literário de extensa pesquisa que vale apena ser lida e
conhecida de todos os que se preocupam em saber dos grandes erros e dramas causados
pela ditaduras no mundo.
*Plínio Dall´Agnol é professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
A PROFESSORA DE ALEMÃO
“Se o mundo amanhã se consumisse, eu ainda hoje plantaria a minha macieira e pagaria as
minhas dívidas.” ( Martin Luther )
Essa é a introdução do encantador livro da Professora Erica Dorotéa Sarlet, com uma dedicatória
a mim endereçado. Eu voltara de viagem à Alemanha e sentira falta de poder falar alemão,
embora boa parte da população daquele País saiba vários idiomas, principalmente no comércio e
na cultura.
Resolví então estudar alemão e para tanto fui prontamente auxiliado pelo Professor Ernest
Sarlet, meu colega na Feevale e esposo de Dona Erica. Ele a “convocou democraticamente” para
ser minha professora particular em horário especial. As aulas eram ministradas na Fundação
Evangélica no início da manhã. A professora era ótima, com vasto conhecimento da língua e
cultura alemã, morando por muitos anos em Berlim vivenciou os dias terríveis da II Guerra
Mundial, assistindo as perseguições nazistas e as atrocidades cometidas pelos soldados russos
invasores saqueando, roubando e estuprando. O lado bom desse período é que ela especializou-
se na Universidade de Berlim e no Instituto Goethe de Língua e Civilização Alemã do qual é a
Delegada em nosso Estado.
Dotada de grande paciência me auxiliava nas dificuldades de leitura e pronúncia. Com extremo
bom humor dizia: -“ Plínio! Tu falas alemão como um britânico!”. O motivo é que minha
formação básica de inglês deu-se no Centro de Cultura Inglesa de Porto Alegre, patrocinado pelo
Conselho Britânico. Infelizmente não pude completar meus estudos de alemão, pois a Feevale
não liberou mais horários. Ao menos essa experiência foi válida e sou eternamente grato à Dona
Erica e ao Professor Sarlet que sempre foi meu amigo e principal apoio.
Cabe ainda registrar mais um livro de Erica Sarlet. Trata-se de “Um Abraço com Carinho”, em
conjunto com o Prof.Ernest Sarlet, é uma bela visão fotográfica dos mais encantadores recantos
de Novo Hamburgo. Diz o prefácio de Dona Erica: “- Deixei-me encantar e quem viu as fotos
sugeriu a publicação – eis que surgiu um trabalho a quatro mãos é o nosso livro como
homenagem à cidade que há 45 ano tão bem acolheu o casal Sarlet. Aqui encontramos trabalho
e amigos, os nossos filhos cresceram e estudaram. Eis o nosso lugar que amamos de coração”.
E o Professor Sarlet completa: “- A beleza da cidade é responsabilidade de todos nós! A
qualidade de vida é o resultado do esforço, da colaboração e da contribuição de todos os
cidadãos.”
Sinto-me extremamente honrado pela oportunidade que tive de conhecer esse casal de
ducadores que tanto produziu pela cultura e educação no Brasil.
*Plínio Dall´Agnol é Professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
minhas dívidas.” ( Martin Luther )
Essa é a introdução do encantador livro da Professora Erica Dorotéa Sarlet, com uma dedicatória
a mim endereçado. Eu voltara de viagem à Alemanha e sentira falta de poder falar alemão,
embora boa parte da população daquele País saiba vários idiomas, principalmente no comércio e
na cultura.
Resolví então estudar alemão e para tanto fui prontamente auxiliado pelo Professor Ernest
Sarlet, meu colega na Feevale e esposo de Dona Erica. Ele a “convocou democraticamente” para
ser minha professora particular em horário especial. As aulas eram ministradas na Fundação
Evangélica no início da manhã. A professora era ótima, com vasto conhecimento da língua e
cultura alemã, morando por muitos anos em Berlim vivenciou os dias terríveis da II Guerra
Mundial, assistindo as perseguições nazistas e as atrocidades cometidas pelos soldados russos
invasores saqueando, roubando e estuprando. O lado bom desse período é que ela especializou-
se na Universidade de Berlim e no Instituto Goethe de Língua e Civilização Alemã do qual é a
Delegada em nosso Estado.
Dotada de grande paciência me auxiliava nas dificuldades de leitura e pronúncia. Com extremo
bom humor dizia: -“ Plínio! Tu falas alemão como um britânico!”. O motivo é que minha
formação básica de inglês deu-se no Centro de Cultura Inglesa de Porto Alegre, patrocinado pelo
Conselho Britânico. Infelizmente não pude completar meus estudos de alemão, pois a Feevale
não liberou mais horários. Ao menos essa experiência foi válida e sou eternamente grato à Dona
Erica e ao Professor Sarlet que sempre foi meu amigo e principal apoio.
Cabe ainda registrar mais um livro de Erica Sarlet. Trata-se de “Um Abraço com Carinho”, em
conjunto com o Prof.Ernest Sarlet, é uma bela visão fotográfica dos mais encantadores recantos
de Novo Hamburgo. Diz o prefácio de Dona Erica: “- Deixei-me encantar e quem viu as fotos
sugeriu a publicação – eis que surgiu um trabalho a quatro mãos é o nosso livro como
homenagem à cidade que há 45 ano tão bem acolheu o casal Sarlet. Aqui encontramos trabalho
e amigos, os nossos filhos cresceram e estudaram. Eis o nosso lugar que amamos de coração”.
E o Professor Sarlet completa: “- A beleza da cidade é responsabilidade de todos nós! A
qualidade de vida é o resultado do esforço, da colaboração e da contribuição de todos os
cidadãos.”
Sinto-me extremamente honrado pela oportunidade que tive de conhecer esse casal de
ducadores que tanto produziu pela cultura e educação no Brasil.
*Plínio Dall´Agnol é Professor Pós-Graduado em Antropologia Cultural
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