PERFIS DE JORNALISTAS
Plínio Dall´Agnol
“A imagem social dos jornalistas nunca foi das melhores. No
início do século XIX quando a imprensa começava a ter em suas mãos poder
político e o negócio de informar já era lucrativo na Europa, o jornalista e sua
atividade eram encarados com desconfiança e desprezo.”(Carlos Eduardo Lins da
Silva).
No passado, a literatura de Honoré de Balzac, Elias
Canetti e outros insistiram em retratar
negativamente o jornalismo. Nos dias modernos “Cidadão Kane” de Orson Welles no cinema é a personificação
negativa do homem de negócios e jornalista inescrupuloso. O resgate da
honorabilidade profissional jornalística acontece através das reportagens investigativas de dois jornalistas americanos
Bob Wodward e Carl Bernstein, do Washington
Post . Eles desmascararam as tramas de agentes do partido republicano
contra os democratas. O “Escândalo de Watergate”, como foi chamado
a trapaça, acabou por derrubar o governo republicano de Richard Nixon o qual
afirmava que “não sabia de nada”! Aliás, coisas semelhantes parecem acontecer
nos dias de hoje.
O conteúdo dessa crônica é inspirado no trabalho excepcional
desenvolvido pelos professores e jornalistas Dr.José Marques de Mello e Carlos
Eduardo Lins da Silva da Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo-ECA/USP. Eles propiciaram aos
alunos de jornalismo um trabalho de conclusão baseado em entrevistas com 20
profissionais da imprensa. Alguns com
diploma de jornalista e outros não. Esses últimos reconhecendo a importância do
diploma universitário. Para não estender
essa crônica selecionamos alguns nomes.
O primeiro foi Antonio Carlos Fon: Quando tentava uma vaga
no vestibular para jornalismo nas
Faculdades de Santos, o Padre Quevedo afirmou: “Sinto muito, mas você
nunca será um jornalista”!! O Padre estava equivocado. Antonio Carlos Fon
atuando como jornalista já ganhou 3 Prêmios Vladimir Herzog, Prêmios da Editora
Abril e Esso de jornalismo. Atuou nos mais destacados órgãos da imprensa
brasileira (O Globo, O Dia, Diário Popular, Isto É, Veja).
Luis Nassif, outro entrevistado pelos alunos de jornalismo
da ECA/USP foi enfático: “Manual de redação é um início importante para se
implantar regras. Mas depois que todo mundo aprendeu a tocar por partitura,
deve-se começar a tocar de ouvido, com criatividade.” Disse ainda: “Dentro do
jornalismo é preciso ter o escoteiro e
também aquele cara de atuação individual
que vai atrás da notícia. Afinal, a busca da informação é basicamente
individual.”
Dividindo atribuições com Wanuza L. de Souza, que o diga
Geraldo Haubert, experiente repórter, com brilhante passagem por importantes
órgãos da imprensa falada e escrita, agora diretor e editor de mais de mil
semanas da Tribuna da Cidade!
Plínio Dall´Agnol é professor/pós-graduado em Antropologia
Cultural
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