domingo, junho 09, 2013

MEMÓRIA DO SETOR COUREIRO-CALÇADISTA

Plínio Dall´Agnol

“Memórias do Setor Coureiro-Calçadista: Pioneiros e Empreendedores do Vale do Rio dos Sinos”, de Cláudia Schemes e outros, é uma publicação da Feevale com apoio da FAPERGS.Na apresentação do livro o Prof.Dr.Cleber Prodanov destaca a preservação da memória dos mais importantes segmentos produtivos do Estado, registros contendo depoimentos de alguns personagens da região, berço de todo processo industrial ligado ao couro e calçado. Eles foram selecionados por grupo de atividade profissional: estilistas, trabalhadores, empresários, representantes comerciais, transportadores, imprensa, exportadores, ativistas comunitários e detentores de cargos públicos.
O professor Prodanov concluiu sua apresentação do livro afirmando: “O Vale do Sinos ergueu-se magnificamente construído com o trabalho e o desejo de transformar uma realidade colonial em uma sociedade industrial e, cabe a nós, historiadores e homens da ciência, não permitir que essa história seja esquecida.”
Com uma linguagem bem acessível a todos leitores e sem o ranço acadêmico, o livro descreve, dentre outros, a forma cordial de trabalho entre os empresários e operários, alguns chegavam a financiar a casa própria de seus funcionários, as grandes dificuldades de comunicação nos anos 60, quando iniciaram-se as exportações, a 1ª FENAC em 1963, tendo como primeiro presidente Agostinho Emilio Cavasotto, na administração do prefeito Martins Avelino Santini, a realização dos “Raids” nacionais do calçado, para divulgar pelo país a FENAC, foram organizados pelos líderes da imprensa hamburguense. Foi grande a repercussão na mídia nacional desse trabalho de nossos representantes. O 1º Raid foi patrocinado pelos empresários Cláudio Strassburguer( Campo Bom) e Aquiles Gerhardt(São Leopoldo).
São tantas e tão preciosas as informações contidas neste livro que vale a pena conhecê-lo! Recomendamos a todos que tem interesse em saber um pouco mais sobre o nosso desenvolvimento econômico e social.

Plínio Dall´Agnol é professor e Pós-Graduado em Antropologia Cultural





O NOVO CAFÉ AVENIDA

O NOVO CAFÉ AVENIDA

Plínio Dall´Agnol

"Café Avenida, a esquina do pecado: folkcomunicação, comércio e publicidade em Novo Hamburgo",   é fruto de um trabalho apresentado ao NFK(NP Folkcomunicação da Intercom), da Profª Drª Maria Berenice da Costa Machado e de Marcelle Silveira dos Santos, Acadêmica de P&P, ambas da Feevale.
Esse texto aguçou minha curiosidade e passei a procurar e saber das heranças do antigo Avenida. Para tanto visitei o Novo Avenida e falei com a Bety( Elisabeth Bender) a qual com sua irmã Heloisa, são as atuais proprietárias. O Novo Café não repete o Antigo é obvio ,porém, está plenamente revestido de um charme e elegância próprios: recebe seus clientes fiéis e visitantes eventuais com o mesmo carinho e atenção. Os moradores do Centro, os empresários e funcionários das empresas  e escritórios,  têm a oportunidade de saborear o melhor café colonial e almoço caseiro alemão, italiano com pitadas de brasileiro. Tudo isso a preços módicos e com um serviço de primeira qualidade, liderado pelas irmãs Bender com apoio de uma equipe qualificada de funcionários.
Nada melhor do que consta no trabalho das pesquisadoras citadas no início desta crônica para falar do Novo Café e Restaurante Avenida: "Desde janeiro de 2004, a marca Café Avenida foi comprada por Elisabeth e Heloisa Bender, filhas de Otávio Bender, falecido relações públicas da Prefeitura de NH e freqüentador da esquina do pecado(anteriormente a licença de uso do nome Avenida pertenceu a Josiane Algayer). As duas irmãs instalaram na Lima e Silva, duas ruas distantes do Calçadão, uma nova cafeteria e restaurante, conservando na entrada quatro mesas originais, com as marcas do tempo e do quanto foram usadas: as suas pernas, na altura do assento das cadeiras apresentam desgastes pelo atrito. No novo ambiente, a decoração é contemporânea, com detalhes que remetem a um aromático passeio ao passado: nas paredes estão fotos da esquina do pecado, há objetos antigos espalhados".
Mini posters com foto antiga e crônica estão sobre as  mesas e um hino a Novo Hamburgo, de autoria de Ione Jaeger,  pintado numa das paredes do Novo Café e Restaurante Avenida, evocam o amor pela cidade.


Plínio Dall´Agnol é professor e Pós-Graduado em Antropologia  

PERFÍS DE JORNALISTAS

PERFIS DE JORNALISTAS

Plínio Dall´Agnol

“A imagem social dos jornalistas nunca foi das melhores. No início do século XIX quando a imprensa começava a ter em suas mãos poder político e o negócio de informar já era lucrativo na Europa, o jornalista e sua atividade eram encarados com desconfiança e desprezo.”(Carlos Eduardo Lins da Silva).
No passado, a literatura de Honoré de Balzac, Elias Canetti  e outros insistiram em retratar negativamente o jornalismo. Nos dias modernos “Cidadão Kane” de  Orson Welles no cinema é a personificação negativa do homem de negócios e jornalista inescrupuloso. O resgate da honorabilidade profissional jornalística acontece através das reportagens  investigativas de dois jornalistas americanos Bob Wodward e Carl Bernstein, do Washington Post . Eles desmascararam as tramas de agentes do partido republicano contra os  democratas. O “Escândalo de Watergate”, como foi chamado a trapaça, acabou por derrubar o governo republicano de Richard Nixon o qual afirmava que “não sabia de nada”! Aliás, coisas semelhantes parecem acontecer nos dias de hoje.
O conteúdo dessa crônica é inspirado no trabalho excepcional desenvolvido pelos professores e jornalistas Dr.José Marques de Mello e Carlos Eduardo Lins da Silva  da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo-ECA/USP. Eles propiciaram aos alunos de jornalismo um trabalho de conclusão baseado em entrevistas com 20 profissionais da imprensa.  Alguns com diploma de jornalista e outros não. Esses últimos reconhecendo a importância do diploma universitário. Para não estender  essa crônica selecionamos alguns nomes.
O primeiro foi Antonio Carlos Fon: Quando tentava uma vaga no vestibular para jornalismo nas  Faculdades de Santos, o Padre Quevedo afirmou: “Sinto muito, mas você nunca será um jornalista”!! O Padre estava equivocado. Antonio Carlos Fon atuando como jornalista já ganhou 3 Prêmios Vladimir Herzog, Prêmios da Editora Abril e Esso de jornalismo. Atuou nos mais destacados órgãos da imprensa brasileira (O Globo, O Dia, Diário Popular, Isto É, Veja).
Luis Nassif, outro entrevistado pelos alunos de jornalismo da ECA/USP foi enfático: “Manual de redação é um início importante para se implantar regras. Mas depois que todo mundo aprendeu a tocar por partitura, deve-se começar a tocar de ouvido, com criatividade.” Disse ainda: “Dentro do jornalismo é preciso ter o escoteiro  e também aquele  cara de atuação individual que vai atrás da notícia. Afinal, a busca da informação é basicamente individual.”
Dividindo atribuições com Wanuza L. de Souza, que o diga Geraldo Haubert, experiente repórter, com brilhante passagem por importantes órgãos da imprensa falada e escrita, agora diretor e editor de mais de mil semanas da Tribuna da Cidade!
Plínio Dall´Agnol é professor/pós-graduado em Antropologia Cultural


UMA BIOGRAFIA HONROSA

UMA BIOGRAFIA HONROSA

Plínio Dall´Agnol

Há poucos dias a comunidade hamburguense  perdeu uma  respeitável e destacada personalidade:  A Sra. Leslie Waltrudes Schröer, faleceu, prestes a completar 89 anos de idade( domingo, dia 23).Graças a sua neta Deyse Brandt, conheci melhor  o currículo da avó ilustre. Dona Leslie, como a chamávamos, era formada pela Fundação Evangélica. Possuía importantes cursos de aperfeiçoamento na área de finanças públicas, com cursos na Alemanha  e estágios em Berlim e Eckernförde. Começou a vida profissional em 1939, classificada em 1º lugar no Concurso Público da Prefeitura Municipal, onde exerceu os mais importantes cargos.
Assessorada pela filha Dilú Engel que viria a substituí-la posteriormente, exerceu  a Coordenação do CERTAM-Centro Regional de Treinamento Municipal, para a Região Sul.Foi Chefe da Divisão Financeira do CLAVESUL-Serviço de Classificação de Produtos Vegetais, a convite do Governo do Estado. Representou o munícipio em inúmeras entidades e comissões e tanto em Novo Hamburgo como em outros municípios.
A Portaria de Louvor Funcional do Prefeito Alceu Mosmann para a Sra.Leslie Waltrudes Schröer, em sua aposentadoria  destaca:
...”Que desempenhando cargos e funções por mais de trinta anos, com patriotismo, honra, lealdade, dedicação, além de ser conhecedora profunda dos problemas municipais, colaborando e emprestando com sua inteligência, integridade e zelo pela coisa pública, assinalados serviços, de modo especial a Secretaria Municipal da Fazenda. A sua retidão e trato lhe conquistou o respeito, a estima e a amizade dos colegas...nosso agradecimento pela colaboração que nos prestou em muitíssimas oportunidades, em tarefas estranhas à sua Secretaria, tendo sempre pontificado seu espírito público no desempenho seguro de tarefas em pról da dinamização dos serviços administrativos e de interesse da comunidade.”
Nas homenagens de corpo presente estiveram seus familiares, amigos e um expressivo número de ex-funcionários da Prefeitura Municipal.  Além da oração do pastor evangélico, pronunciaram-se de forma emotiva os ex-prefeitos Alceu Mosmann e Níveo Leopoldo Friedrich, reiterando seu reconhecimento pelos elevados serviços prestados por Dona Leslie.
Dialogando com Renato Engel, genro de Dona Leslie, concluímos que ela foi sim uma líder que comandava, nunca pedia, dava com parcimônia e justiça.
Plínio Dall´Agnol é professor/pós-graduado em Antropologia Cultural