Se uma pessoa deseja saber de suas origens, seus antepassados, sua árvore genealógica, pode encontrar numa instituição pública: o Memorial do Rio Grande do Sul. Lá, crianças, jovens e adultos, são atendidos para visitas, cursos, oficinas de treinamento profissional, pesquisa ou lazer. O Memorial tem por finalidade privilegiar a cultura gaúcha, sem esquecer as influências e vinculações com as demais, tanto em âmbito nacional como internacional.
O local é privilegiado. Instalado na antiga sede dos Correios e Telégrafos, na Praça da Alfândega, entre o Museu de Artes e o Santander Cultural, no Centro de Porto Alegre. De acordo com o site www.memorial.rs.gov.br/ “...Um centro de informação e divulgação da história, reunindo objetos, mapas, gravuras, fotos, livros, imagens iconográficas e depoimentos importantes sobre os principais fatos ocorridos no Rio Grande do Sul. O riquíssimo acervo está exposto através de uma concepção museográfica moderna aliada a novas tecnologias, permitindo assim, a integração com o público e o fácil entendimento dos conteúdos...o projeto é do arquiteto alemão Theo Wiedersphan, no início do século passado. A firma de Rodolfo Ahrons executou a obra, sendo o estilo arquitetônico marcado pela tendência às formas abarrocadas. ... Ahrons foi escolhido por seu conceito e representar a comunidade alemã, que vinha se constituindo em importante segmento econômico da sociedade gaúcha. O Governo positivista julgava importante se aproximar dessa comunidade, pois ela representava um importante aliado político. A decoração do prédio ficou sob responsabilidade da oficina de esculturas de João Vicente Friederichs.” Cedido pelo Governo Federal, o prédio foi recuperado, as fachadas receberam tratamento especial e internamente, suas instalações foram adaptadas às novas funções, como a climatização para os cuidados com os documentos do Arquivo Histórico do Estado. Uma agência Filatélica e um Museu Postal, mantém uma vinculação com as funções originais do prédio. Desde 2001, temos um local destinado à memória cultural do Estado, digno de sua preservação e manutenção. Projetos de interesse público têm sido desenvolvidos com universidades e entidades públicas ou privadas, visando atender o maior número de pessoas. Experiências bem sucedidas no âmbito regional tem sido patrocinadas em convênios da Secretaria Estadual da Cultura, através do Memorial, com a Secretaria de Educação. Desse modo, um número expressivo de estudantes tem o benefício de importantes informações sobre o resgate cultural do Estado. As ações atualmente desenvolvidas para a preservação e conservação do patrimônio cultural, são documentadas pelos relatórios anuais. Temos os Cadernos de História, publicados em linguagem acessível a todos, no máximo 40 páginas.Destacamos alguns que chamaram nossa atenção: “Os Maragatos e o Partido Federalista” de Sérgio da Costa Franco; A pesquisadora tradicionalista Elma Sant´Ana, nos oferece de forma didática a passagem dos revolucionários José e Anita Garibaldi; O Prof.Voltaire Schilling nos oferece um resumo do pensamento existencialista de Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir.A missão cultural e sócio-educativa do Memorial se mantém viva graças aos esforços de seus administradores, conselheiros, pesquisadores, funcionários, voluntários, e principalmente, à iniciativa de um grupo de empresas e bancos que tornaram possível essa realidade. Do poder público, a cultura continua sendo a filha mais pobre.